quarta-feira, 8 de julho de 2015

NOS CAMINHOS DE SANTIAGO COM O PORTO NA RODA

Já há algum tempo que o grupo andava com a ideia de fazer os caminhos de Santiago, seguindo as “célebres setas amarelas”, desde a Sé Catedral do Porto a Santiago de Compostela, com as suas bicicletas.
O percurso está todo marcado e a distancia são cerca de 240 quilómetros, que seriam percorridos em 4 dias e uma manhã, regressando o grupo ao Porto, numa carrinha de 9 lugares alugada.
Os elementos que fizeram esta “aventura” foram o meu irmão Henrique Soares, a esposa Ana Paula Magalhães, a sobrinha Barbara Teles, o amigo José Xavier e eu.
A saída foi no dia 28 de Junho de 2015, da Sé Catedral da Cidade do Porto, pelas 7H30M e durante alguns quilómetros o grupo teve a companhia de 2 amigos das lides das voltas de bicicleta ao fim de semana que pertencem ao Clube de BTT de Matosinhos.
1ª ETAPA
Foi planeada para ser até Tamel, que dava uma distância de cerca de 70 quilómetros e o grupo ficaria alojado no albergue de Peregrinos.
Apesar de ser um percurso maioritariamente plano, foi desgastante, pois esteve muito calor e todos sentiram na pele esse efeito. A paisagem inicialmente é urbana, mas à medida que se vai calcorreando quilómetros ela vai mudando, principalmente a partir do cemitério das Guardeiras-Maia, passando desde aí a ser uma paisagem rural. O grupo foi pedalando em ritmo baixo, apostando carimbos nas credenciais (a cargo do José Xavier), até que chegamos a Rates. Em Rates o grupo parou para retemperar forças e comer alguma coisa. Depois continuamos a caminho de Barcelos, onde estivemos a descansar no jardim, pois a parte final da etapa avizinhava-se um pouco dura, pois até ao Albergue era uma subida de cerca de 3 quilómetros.
Chegados ao albergue, fomos muito bem recebidos e depois de um banho retemperador, jantamos (o jantar foi feito no albergue pelas senhoras) e depois de uns dedos de conversa fomos dormir, pois no dia seguinte avizinhava-se, mais uma etapa dura, pois iriam manter-se as temperaturas altas.
2ª ETAPA
Às 7 horas da manhã, já o grupo dava os últimos retoques nas bicicletas e logo a seguir já estava novamente no Caminho.
A etapa iria ser de Tamel a Rubiães que dava uma distância de cerca de 50 quilómetros, que iriam ser muito, muito duros, pois teria o grupo de fazer a celebre serra da Labruja.
Neste percurso desde Tamel a Ponte de Lima é maioritariamente plano, que se faz algo rápido. Chegado o grupo a Ponte de Lima, alguns membros do grupo aproveitaram para tomar um banho no Rio Lima e depois fomos almoçar a um restaurante junto ao Albergue de Peregrinos, para depois do almoço e como estava muito calor, decidiu-se ir para uma sombra junto do Rio Lima, para por volta da 16 horas se lançar novamente no caminho, para poder fazer as subidas da Labruja, já com o tempo mais fresco.
Às 16 horas já estava o grupo a caminho e a ver a “Celebre Serra da Labruja” a aproximar-se, já começava a dar aquele formigueiro no grupo, pois é a etapa, mais dura de todas. Este ano a Labruja, estava infernal, pois além das subidas sempre difíceis e aliadas ao calor que se fazia sentir nessa altura, também a ultima parte do caminho, (o acesso á Cruz dos Mortos), estava mesmo muito, muito duro, diria mesmo Infernal. Foi muito duro o transporte das bicicletas, algumas vezes tiveram de ser transportadas ao ombro, para que o grupo pudesse passar as pedras e declives que existiam. Depois destas dificuldades, lá chegou o grupo ao cimo tendo descansado um pouco e trocando ideias, pois a descida também é muito perigosa. Desceu o grupo todo com cuidados redobrados e foi continuando o caminho até Rubiães. Chegados a Rubiães era o grupo para ficar também no Albergue de Peregrinos, mas devido a não estar ninguém para nos receber e fazer a inscrição e porque também a higiene do mesmo não era a melhor, decidimos procurar alojamento alternativo, que o meu irmão Henrique Soares, resolveu em cerca de 15 minutos. Acabou o grupo por ficar numa vivenda alugada a uma senhora a cerca de 50 metros do Albergue. Depois de um banho, jantamos, sendo novamente o mesmo confeccionado, pelas senhoras. Mais umas palavras para se definir a hora da alvorada e como se iria fazer a terceira etapa, fomos todos dormir.
3ª ETAPA
Novamente às 7 horas da manhã já o grupo estava a caminho. A etapa iria ser de Rubiães a Redondela, já na vizinha Espanha, na distancia de cerca de 50 quilómetros. O dia avizinhava-se quente, apesar de manhã estar nevoeiro e a etapa iria ser maioritariamente plana, exeto os últimos 12 quilómetros que iriam ser com uma subida de cerca de 3 quilómetros, também muito duros, mas com bom piso para as bicicletas.
O percurso inicialmente é por monte e só entramos em zona urbana quando chegamos a Valença, onde se almoçou, num restaurante, que por sinal nos presenteou no final com uma conta algo dura, foi mesmo caro, para o que o grupo comeu e bebeu. Depois foi o continuar a caminho, passando pelo interior da Cidadela de Valença passando a Ponte Internacional sobre o Rio Minho, para logo estarmos em Espanha. Seguimos por Porriño, (tem uma reta de cerca de 2 quilómetros), que parece que nunca mais acaba, passando o caminho a ser sempre em meio urbano e a cruzar algumas vezes a Estrada que vai em direcção a Vigo. Chegados a Mós, começa a maior dificuldade do dia, a tal subida bem dura, mas quando se chega ao topo, o que aconteceu já algo cansados, foi o fazer uma descida muito técnica, algo perigosa, para depois ser plano até Redondela.
Estava também decidido ficar no Albergue de Peregrinos, mas a funcionária espanhola, que não gosta de ciclistas, logo começou por dizer que só tinha uma cama, (já da outra vez que fui a Santiago disse o mesmo). Resolvemos ir para um Albergue privado e o meu irmão Henrique Soares, em 15 minutos, tinha arranjado um. Desta vez o grupo foi jantar a uma hamburgueria e logo se regressou ao albergue para descansar.
4ª ETAPA
Às sete já o grupo estava a caminho. A etapa iria ser de Redondela a Padron na distância de cerca de 50 quilómetros e iria ter a outra passagem célebre, logo a seguir a Pontevedra, composto por um trilho em calçada romana, que alguns que já o fizeram apelidaram de “Labrujinha”, devido a ser muito parecido com o caminho na Serra da Labruja em Ponte de Lima. Iria ser mais uma etapa dura, com calor e com umas subidas duras. Estava o grupo no inicio desta etapa numa subida e preparava-se para deixar uma “Vieira” num dos alguns locais que existem no caminho, quando aparece uma cadeia de televisão Portuguesa (SIC), que andava a fazer uma reportagem sobre os caminhos de Santiago de Compostela. Perguntam ao grupo se podem filmar o ato que o José Xavier está a fazer e se ele pode conceder uma entrevista. Depois da entrevista seguiu o grupo viagem até ao café de Ponte Sampaio, para depois de ter feito uma paragem no café rumou para a dificuldade do dia, a celebre subida da “Labrujinha”. Também nesta zona as bicicletas têm de ser carregadas à mão, também é muito duro, mas não tão duro como na serra a Labruja, mas igualmente difícil. Depois desta dificuldade o caminho torna-se plano, passando entre aldeias, até chegarmos a uma zona muito arborizada. O tempo tinha-se alterado e ameaçava chuva e foi precisamente nessa zona arborizada que começou a chover e muito. Choveu muito, com vento e o grupo foi apanhado mesmo no meio da floresta. Faltavam cerca de 10 quilómetros para Padron e o grupo sabia que existia um novo albergue em Pontecessures e foi para lá que todos rumaram e acabamos por ficar. Depois de mais um banho, para aquecer, já que todos estávamos gelados, devido há chuva que apanhamos, nem vontade tivemos de sair para jantar. Acabamos por jantar umas sandes de presunto e chourição e queijo, que o José Xavier foi comprar a um supermercado.
5ª ETAPA
Às 7 horas já estávamos todos nas bicicletas, já cheirava ao fim da aventura. Esta última etapa iria ser desde Pontecessures a Santiago de Compostela, numa distância de cerca de 25 quilómetros, sempre planos, sem dificuldades de maior a não ser a célebre subida que passa junto do Hospital de Santiago de Compostela. Foi a parte do percurso que mais peregrinos vimos. Esta etapa foi feita a uma velocidade muito baixa, pois todos já nos ressentíamos dos quilómetros percorridos e só tínhamos de chegar á Praça Obradoiro por volta da 12 horas, pois seria a essa hora que dois elementos do grupo Porto na Roda ( Zé e Guilhermina) estariam para nos receber. Estes dois elementos não puderam fazer esta aventura, por motivos pessoais, mas fizeram questão de nos irem buscar a Santiago de Compostela e nos trazerem para a nossa cidade natal que é a Cidade do Porto. Quando chegamos à Praça Obradoiro, era um mar de pessoas, fomos recebidos com palmas por um grupo de peregrinos Portugueses que também estavam na praça, foi Espectacular. Fomos almoçar e logo se desmontaram as bicicletas para se regressar a Portugal.
Foi uma aventura, muito bonita, com um grupo fantástico, que soube ultrapassar todos os obstáculos através da união do grupo e da camaradagem que existiu.
Como resultado final, em 4 dias de jornada o grupo só teve 2 furos (eu) e uma corrente partida (José Xavier), que com a ajuda de todos se resolveu e pudemos continuar viagem.

Aqui ficam algumas fotos desta aventura.


For some time the group walked with the idea of making the paths of Santiago, following the "famous yellow arrows" from the Cathedral of Oporto to Santiago de Compostela, with their bikes.
The route is all marked and the distance is about 240 kilometers, which would be covered in four days and one morning, returning the group to Porto, a van of 9 rented places.
The elements that made this "adventure" were my brother Henrique Soares, his wife Ana Paula Magalhães, the niece Barbara Teles, the friend José Xavier and me.
The output was on June 28, 2015, the Cathedral of Porto, by 7:30 am and for a few kilometers the group had the company of two friends of the labors of the bike turns the weekend belonging to the mountain bike club Matosinhos.
2nd STAGE
At 7 am, as the group gave the finishing touches on the bikes and soon after was already back on the Path.
The step would be to Tamel Rubiães which gave a distance of about 50 kilometers, that would be very, very hard because the group would have to do to celebrate saw Labruja.
In this way from Tamel the Ponte de Lima is mostly flat, which does something fast. The group reached the Ponte de Lima, some group members took the opportunity to take a bath in the river Lima and then went to lunch at a restaurant next to the Pilgrim Hostel for after lunch and as it was very hot, we decided to go for a shade along the Rio Lima, for around 16 hours of launch again on the way in order to make the climbs of Labruja, as with the cooler weather.
At 16 hours was already the group on the way and to see the "Celebrate Serra da Labruja" approaching, was beginning to give that tingling in the group, it is the stage, hardest of all. This year Labruja was infernal, because besides the always tough climbs and combined with the heat that was felt at that time, also the last part of the way, (the access to the Dead Cruz) was really, really hard, I would say Infernal. It was very hard for the carriage of bicycles, sometimes had to be transported to the shoulder, so that the group could move the rocks and slopes that exist. After these difficulties, there came the group to the top having rested a bit and exchanging ideas, because the descent is also very dangerous. Down the whole group with increased caution and was continuing the way to Rubiães. Having reached Rubiães was the group to also stay at the Pilgrim Hostel, but due to not be anyone to greet us and register and also because the hygiene of the same was not the best, we decided to seek alternative accommodation, which my brother Henrique Soares , decided in about 15 minutes. The group ended up staying in a villa rented to a lady about 50 meters from the Hostel. After a bath, we had dinner, again being the same made by the ladies. A few more words to define the time of dawn and how they would make the third stage, we were all sleeping.
3rd STEP
Again at 7 am since the group was on its way. The step would be Rubiães the Redondela, as in neighboring Spain, the distance of about 50 kilometers. The day looming up warm, despite being morning fog and step would be mostly flat, exeto the last 12 kilometers that would be with a rise of about 3 kilometers, also very hard but with good floor for bikes.
The route is initially by lot and just got in urban areas when we come to Valencia, where we had lunch in a restaurant, which by the way gave us at the end with an account something hard, was it expensive for what the group ate and drank. Then it was still way through the interior of Valencia Citadel through the International Bridge over the River Minho, soon to be in Spain. Followed by Porriño, (has a line of about 2 kilometers), which seems never ending, going the way to always be in urban areas and to cross sometimes the road going towards Vigo. Arrived in Mos, begins the most difficult of the day, as well tough climb, but when it gets to the top, what has happened something worn, it was doing a very technical descent, something dangerous, only to be flat to Redondela.
It was also decided to stay in the Hostel for pilgrims, but the Spanish official, who does not like cyclists, then began by saying that only had a bed, (since the last time I went to Santiago said the same). Decided to go to a private Hostel and my brother Henrique Soares, 15 minutes had arranged one. This time the group was dinner at a hamburger and soon returned to the hostel to rest.
4th STEP
At seven since the group was on its way. The step would be to Redondela Padron at a distance of about 50 kilometers and would have another famous passage, second only to Pontevedra, consisting of a rail Roman road, some that have already dubbed "Labrujinha" due to be very similar to the way in Sierra Labruja in Ponte de Lima. It would be another tough stage, with heat and with some hard climbs. Was the group at the beginning of this step uphill and was preparing to leave a "Vieira" one of the few places that exist in the way, when it appears a Portuguese television channel (SIC), which was doing a story on the paths of Santiago de Compostela. They ask the group if they can film the act that José Xavier is doing and if he can be interviewed. After the interview followed the group trip to the coffee Ponte Sampaio, for after making a stop at the cafe headed to the difficulty of the day, celebrated rise in "Labrujinha". Also in this area the bikes have to be carried by hand, it is also very hard but not as hard as in the mountains to Labruja, but also difficult. After this difficulty the path becomes flat, passing between villages, until we get a very wooded area. The time had been changed and threatened rain and it was precisely in this wooded area it started to rain a lot. It rained a lot, with wind and the group was caught right in the middle of the forest. There were about 10 kilometers to Padron and the group knew there was a new hostel in Pontecessures and it was there that all headed and we ended up staying. After another shower to heat, since all were cold, because there is rain picked up, nor will we had to go out to dinner. We ended up a dinner of ham sandwiches and Chourição and cheese, the José Xavier went shopping at a grocery store.
5th STAGE
At 7 o'clock we were all on bikes, already smelled the end of the adventure. This last step would be provided Pontecessures to Santiago de Compostela, a distance of about 25 kilometers, always plans without major difficulties unless the rise celebrated passing along the Santiago de Compostela Hospital. It was part of the route that most pilgrims come. This step was made at a very low speed because everyone has the ressentíamos of kilometers and only had to come will Square Obradoiro at around 12 hours, it would be at this time that two elements of the group in Port Wheel (Joe and Wilhelmina) would be for us to receive. These two elements could not do this adventure, for personal reasons, but made it to fetch the Santiago de Compostela and bring us to our hometown is the city of Porto. When we reached the Obradoiro Square, was a sea of people, we were greeted with applause by a group of Portuguese pilgrims who were also in the square, was Spectacular. We went to lunch and soon dismounted the bike to return to Portugal.
It was an adventure, very beautiful, with a fantastic group who knew overcome all obstacles through the group's unity and camaraderie that existed.
As a final result, in four days' journey the group only had 2 holes (I) and a broken chain (José Xavier), who with the help of all was resolved and we were able to continue their journey.

Here are some pictures of this adventure.